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I

Insert

Introdução de um elemento numa continuidade. Na maioria dos casos, trata-se de um grande plano, de um plano de pormenor ou de um plano de natureza diferente (um intertítulo ou um texto introduzido na continuidade visual, por exemplo). (Aumont e Marie: 2009) 

Identificação/Projeção

Em psicologia, “identificação” designa o processo pelo qual uma pessoa reconhece empaticamente os sentimentos alheios e os assimila de forma subconsciente. Por outras palavras: «o sujeito tende inconscientemente a assemelhar-se a outro, a assimilar um aspeto, uma propriedade, um atributo desse outro e a transformar-se parcialmente segundo o modelo deste». «A identificação com o herói é específica do regime ficcional e (…) é comum a todas as artes do espetáculo» (Aumont e Marie: 2009, 134).

Complementarmente, pode considerar o processo inverso – a projeção – através do qual o espectador empresta as suas experiências e emoções às personagens do filme, preenchendo o espaço psicológico deixado em aberto pela representação dos seus aspetos exteriores. Como disse Manoel de Oliveira: «O cinema não filma as almas». Cabe pois ao espectador dar alma às personagens de cinema. Assim, «o espectador “projeta-se” no mundo proposto pelo filme, ou seja, reconhece nele qualquer coisa da sua própria experiência vivida» (ibidem, 208). 

Edgar Morin considera os dois processos indissociáveis, preferindo usar a expressão composta projeção-identificação: «Os processos de projeção-identificação que no âmago do cinema se desenvolvem, desenvolvem-se também, evidentemente, no seio da vida. (…) A projeção-identificação (participação afetiva) desempenha continuamente o seu papel na nossa vida quotidiana, privada e social (…) Na medida em que identificamos as imagens do ecrã com a vida real, pomos as nossas projeções-identificações referentes à vida real em movimento» (Morin: 1980, 91). 

Imagem de Arquivo

Prática mais comum no cinema documental, refere-se ao uso de imagens num filme que foram captadas por outros realizadores, conhecidos ou anónimos, para ilustrar depoimentos do passado. Em registo ficcional, pode referir-se também ao uso de imagens com um propósito diferente para o qual foram captadas, dando-lhe novos contextos ou significados. 

Intertexto

Um texto/narrativa (filme, imagem, peça de teatro, música, trabalho artístico) referido no contexto de outro texto/narrativa.